Burkina Faso aprova lei draconiana contra a homossexualidade!

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Burkina Faso criminaliza a homossexualidade com novas leis que impõem até cinco anos de prisão. Uma tendência preocupante.

Burkina Faso kriminalisiert Homosexualität mit neuen Gesetzen, die bis zu fünf Jahre Haft vorsehen. Ein besorgniserregender Trend.
Burkina Faso criminaliza a homossexualidade com novas leis que impõem até cinco anos de prisão. Uma tendência preocupante.

Burkina Faso aprova lei draconiana contra a homossexualidade!

Numa mudança crucial, o Burkina Faso aprovou na segunda-feira novas leis que punem “práticas de natureza homossexual” com até cinco anos de prisão. Este desenvolvimento marca a primeira vez que uma legislação clara contra pessoas homossexuais foi introduzida no país, depois de a homossexualidade ter sido anteriormente desaprovada socialmente, mas nunca oficialmente criminalizada. O regulamento foi aprovado por unanimidade pelos 71 membros não eleitos da Assembleia Legislativa de Transição (ALT), que formou o parlamento do país durante quase três anos após um golpe militar. O Ministro da Justiça, Edasso Rodrigue Bayala, confirmou que também haveria multas para os afectados e que os cidadãos estrangeiros poderiam até ser deportados. Estas medidas drásticas surgem num momento em que a junta militar comandada pelo capitão Ibrahim Traoré, de 37 anos, segue um rumo soberanista e se afasta cada vez mais dos parceiros ocidentais, ao mesmo tempo que procura novas alianças, particularmente com a Rússia e o Irão.

Mas o que esta legislação significa para a comunidade LGBTQ+ no Burkina Faso? Tradicionalmente, isto tem enfrentado forte resistência em África. Em muitos países, incluindo os vizinhos do Burkina Faso, Mali e Níger, as relações homossexuais são fortemente punidas. O Mali também aprovou recentemente uma lei que criminaliza a homossexualidade. De acordo com um relatório da Amnistia Internacional, cerca de 31 dos 54 países em África têm a capacidade de punir atos sexuais entre pessoas do mesmo sexo. A situação piorou dramaticamente nos últimos anos, enquanto os direitos humanos das pessoas LGBTQ+ estão sob pressão crescente em vários países.

O quadro jurídico e as reações sociais

O novo projeto de lei no Burkina Faso faz parte de uma reforma mais ampla do direito pessoal e familiar, que também altera as regras para a obtenção da cidadania burkinabe através de pedidos de casamento. No futuro, os estrangeiros terão de esperar entre cinco e sete anos para obter a cidadania. Além disso, os casamentos religiosos e tradicionais recebem agora reconhecimento legal. A junta terá de lançar uma campanha de sensibilização para divulgar o novo código.

Nos últimos meses, as leis contra a comunidade LGBTQ+ tornaram-se mais rigorosas em muitos países africanos. Tal como o Burkina Faso, outros estados como o Uganda também tomaram medidas drásticas ao aprovar leis que impõem a pena de morte para “homossexualidade grave”. A situação no Uganda já provocou reações internacionais, incluindo a suspensão de novos empréstimos do Banco Mundial.

Uma tendência preocupante

A adopção destes novos regulamentos segue uma tendência global que está a conduzir ao declínio dos direitos humanos em muitos países africanos. Embora algumas nações, como a Europa e a América do Norte, tenham tomado medidas para descriminalizar a homossexualidade, assistimos a uma regressão preocupante em muitos países africanos e asiáticos. Estas tendências não são apenas uma ameaça aos direitos LGBT, mas também têm implicações sociais de longo alcance, afectando significativamente a aceitação pública e o bem-estar individual nos países afectados.

Os actuais desenvolvimentos no Burkina Faso mostram mais uma vez quão importante é defender os direitos de todas as pessoas e lutar contra a discriminação. A Amnistia Internacional destaca que as leis são cada vez mais utilizadas como ferramentas de opressão contra a comunidade LGBTQ+, levando à discriminação, violência e detenções. Estes desenvolvimentos não só devem ser acompanhados de perto, mas também abordados activamente, a fim de evitar que capítulos tão tristes da história se repitam.

Dadas as actuais mudanças legais no Burkina Faso, resta saber como irá evoluir a situação jurídica e social das pessoas homossexuais - mas uma coisa é certa: a comunidade internacional deve permanecer vigilante e monitorizar de perto a situação.