Hendrik Wüst: Os eleitores da AfD não são apenas a coisa má – um político sob pressão!
O primeiro-ministro Hendrik Wüst fala sobre as eleições na Renânia do Norte-Vestfália, a perda de votos da AfD e os desafios locais. Tendências políticas atuais 2025.

Hendrik Wüst: Os eleitores da AfD não são apenas a coisa má – um político sob pressão!
Numa discussão animada durante o talk show “3nach9”, Hendrik Wüst, Primeiro-Ministro da Renânia do Norte-Vestefália, falou sobre experiências emocionantes da sua carreira política e os desenvolvimentos actuais após as eleições locais. O homem de 50 anos, que ficou feliz com a significativa vitória da CDU nas eleições, não só falou sobre encontros interessantes com o ex-chanceler Helmut Kohl, mas também sobre os desafios que o seu partido enfrenta e o panorama político.
Wüst, que tinha preferência pelo SPD em sua juventude, logo fundou uma filial local da Junge Union e finalmente encontrou seu lar político na CDU. Esta decisão pode ter valido a pena para ele, porque com 33,3 por cento dos votos, a CDU continuou a ser a força mais forte na Renânia do Norte-Vestfália nas eleições locais deste ano. No entanto, o sucesso do partido não veio sem desafios. Embora o SPD tenha alcançado apenas 22,1 por cento e a AfD tenha apresentado um forte resultado com 14,5 por cento, Wüst está preocupado com a ascensão de forças populistas de direita que estão a ganhar influência em cidades como Duisburg e Gelsenkirchen.
As preocupações com a AfD
“Nem todos os eleitores da AfD são pessoas más”, disse Wüst, que considera o diálogo com os cidadãos crucial para compreender a frustração dos eleitores. Apesar do sucesso da AfD, sublinha que o partido perdeu votos na Renânia do Norte-Vestefália, enquanto ganhou votos no governo federal. Isto mostra um declínio gradual dos partidos populares, como observou o cientista político Stefan Marschall, da Universidade de Düsseldorf. Nas eleições anteriores, a CDU e o SPD juntos conseguiram alcançar 75 por cento dos votos, mas agora são apenas 55 por cento.
“Temos de tomar medidas para oferecer soluções e reconquistar eleitores”, enfatiza Wüst, que vê a necessidade de abordar agressivamente questões como a migração, a pobreza e os sistemas sociais. Algo deve ser feito para que os problemas sociais nas cidades afetadas não continuem a causar um sentimento de desilusão e de migração para a AfD.
Olhando para o futuro
As eleições locais de 2025 na Renânia do Norte-Vestefália também trouxeram consigo um aumento na participação dos eleitores, um sinal de uma democracia local vibrante. Embora muitos eleitores procurem uma saída para o dilema político, verifica-se que a maioria votou em partidos democráticos que não são monitorizados pelo Gabinete Federal para a Protecção da Constituição. Podemos aguardar com expectativa a próxima segunda volta das eleições, que terá lugar no dia 28 de Setembro, especialmente no que diz respeito a duplas como os Verdes contra o SPD em Colónia ou o SPD contra a AfD em Duisburg.
No geral, Wüst está optimista de que a CDU pode consolidar a sua posição no governo federal, enquanto o líder do grupo parlamentar da União, Jens Spahn, vê o resultado como um vento favorável para a coligação negra-vermelha. Mas os partidos da oposição, como o SPD e os Verdes, também reflectem sobre os seus resultados e abordagens estratégicas. Uma forte ênfase nas questões locais será crucial para vincular os eleitores aos partidos a longo prazo e para remodelar a situação política na Renânia do Norte-Vestefália.
O SPD, que perdeu votos nestas eleições, tem agora de travar a tendência descendente, enquanto o presidente federal da AfD, Tino Chrupalla, descreve o aumento de três vezes nos votos como um grande sucesso. O caminho para o futuro político será, portanto, repleto de desafios.
A evolução política na Renânia do Norte-Vestefália e o diálogo sobre os desafios mostram que é tempo de ouvir os eleitores e de trabalhar ativamente em soluções. As próximas semanas e meses mostrarão se as partes poderão aproveitar bem estas oportunidades.