Novo começo em Toulon: Merz e Macron propõem papel de liderança da UE
Cooperação franco-alemã em foco: Merz e Macron anunciam reformas importantes – desenvolvimentos actuais no norte da Alemanha.

Novo começo em Toulon: Merz e Macron propõem papel de liderança da UE
Em 30 de agosto de 2025, as relações franco-alemãs experimentaram uma nova dinâmica. Após uma importante reunião governamental em Toulon, o Chanceler Friedrich Merz e o Presidente Emmanuel Macron proclamaram um novo começo. O foco está no aumento da colaboração em diversas áreas-chave. Uma cooperação mais intensiva em projectos de armamento europeus, o desenvolvimento de um plano de paz para a Ucrânia e uma agenda económica franco-alemã estão em cima da mesa, como relata a NDR. Nas suas declarações, Merz enfatizou a importância essencial da cooperação para a estabilidade da Europa.
Mas os dois chefes de Estado estão sob pressão. Como mostra o Berliner Zeitung, ainda existem questões não resolvidas e diferenças que colocam pressão sobre a parceria. Um exemplo disso é a disputa pelo caça conjunto FCAS (Future Combat Air System). Enquanto Macron luta pela independência europeia na política da Ucrânia, Merz depende de uma cooperação estreita com a NATO e os EUA. As diferentes posições poderiam pôr em perigo a unidade desejada.
Diversidade de desafios
A discussão sobre a segurança europeia é extremamente importante dadas as tensões geopolíticas. Em Copenhaga, os ministros da defesa da UE concordaram em aumentar o apoio à Ucrânia e aumentar a pressão sobre a Rússia. Medidas concretas como o confisco de bens congelados e novas sanções foram decididas para fortalecer as forças armadas ucranianas, como relata a NDR. No entanto, o contraste entre as posições da Alemanha e da França pode surgir nestas questões.
O desafio não é apenas político: surgiu uma nova estratégia de segurança nacional em França e o recrutamento e a capacidade de guerra estão a ser discutidos na Alemanha. Estes debates internos poderão ter um impacto negativo na UE, especialmente tendo em conta a crise política interna em França e as dificuldades económicas na Alemanha. Política Internacional destaca que a estabilidade na UE está em jogo, especialmente se possíveis novas eleições em França puderem resultar numa maior radicalização na política.
Dimensão social
Os laços sociais entre a Alemanha e a França parecem estar a enfraquecer com o tempo. O interesse arquitetônico dos alemães pela França diminuiu. Estatísticas recentes mostram que a França já não é o destino preferido de viagem. As parcerias urbanas tradicionalmente coloridas são muitas vezes mantidas apenas por cidadãos mais idosos empenhados, enquanto as gerações mais jovens mostram menos interesse. O encerramento de três Institutos Goethe em França ilustra este desenvolvimento, que recebeu pouca atenção do público em geral, como observa a Internationalepolitik.
As relações económicas, por outro lado, estão a evoluir positivamente. Apesar do declínio dos laços emocionais, as balanças comerciais mostram que as trocas económicas entre as duas nações permanecem fortes. Desde 2017, Macron enfatizou diversas vezes que a Europa precisa de uma frente unida contra os desafios deste tempo. A guerra na Ucrânia destacou particularmente a dependência da UE do apoio dos EUA.
No meio desta dinâmica, também surgiram notícias trágicas vindas da Alemanha. Num incidente que chocou a nação, um homem iraquiano de 31 anos, suspeito de empurrar intencionalmente um jovem de 16 anos para dentro de um comboio de carga na estação ferroviária de Friedland, foi preso. Traços de DNA do suspeito foram encontrados na pessoa morta. O suspeito está atualmente em um centro psiquiátrico após o crime ter ocorrido em meados de agosto, conforme relata a NDR.
Os desafios são múltiplos e os próximos meses mostrarão se os objectivos declarados da cooperação franco-alemã podem realmente ser transformados em realidade ou se as diferenças continuarão a atrapalhar.